quinta-feira, 14 de abril de 2011

Multiplicidade


MULTI-PLI-CIDADE
Leylah é múltipla, quando passeia por diversos materiais como tela, vidro, madeira... Enfim, qualquer superfície pode tornar-se um suporte para sua arte múltipla, com características urbanas, mas que, no entanto evocam suas memórias, vestígios de seu próprio universo.

CUM-PLI-CIDADE
É cúmplice, quando faz um pacto com suas raízes e deixa-se transformar pela natureza intuitiva, expressando sua inspiração, indo muito além de formas e cores.

SIM-PLI-CIDADE
É simples, quando permite à arte fluir através dos seus gestos livres, soltos, desprendidos de qualquer racionalidade, de qualquer pensar... Simplesmente sentir. Simplesmente ser.
release de Cláudia Valéria.



A exploração da matéria
Um aspecto fundamental da arte contemporânea é a exploração das possibilidades da matéria. O criador é colocado cada vez mais perante o desafio de tomar aquilo que se vê no cotidiano e colocá-lo em uma nova dimensão. Isso costuma ocorrer pela mescla de materiais e pela busca de soluções surpreendentes e inusitadas.
Ao lidar com tela, Leylah Navarro Lins coloca-se numa encruzilhada. Oferece como retorno um denso trabalho. Há nele, por um lado, como em toda construção visual, elementos que brotam das memórias afetivas. Existe também pesquisa sobre nosso entorno.
Saber combinar diversos elementos demanda um processo aprofunadado da discussão sobre aquilo que se pretende mostrar e sobre a melhor maneira de fazer isso. Exige ainda o desenvolvimento da convicção de que a inquietação em si mesma não basta para fazer arte.
Perante as rasuras, fraturas e tom derrisório do mundo, sentir-se em desarmonia com a realidade tornou-se quase uma obrigação moral. A resposta plástica de Leylah Navarro Lins constitui um alerta requintado, pois a forma como trabalha os materiais denuncia um olhar arguto, uma mente aberta e um inconformismo onipresente.
Texto do crítico Oscar D Ambrósio.




Galeria

Vídeo instalação

"Imagem"
(espelho côncavo onde o espectador se vê com a imagem retorcida, seis monitores de TV com vídeo de olhares 4.00m2


A sociedade precisa de ídolos. Fabrica seus próprios ídolos – vazio – onde o conceito é a imagem e a ferramenta é a mídia. A imagem vazia, induzida, que faz com que nada pareça fora do lugar. Tudo tem que estar sobre controle. Os olhares internos transformam-se nos olhares externos que petrificam, congelam e exterminam a vida causando a fome da alma

As pessoas renunciam aos seus próprios anseios quando tem que digerir valores e filosofias por atacado. Algo que as levem a sentirem-se desejadas , bonitas e poderosas. Entregam-se aos olhares e vivem em função das expectativas da sociedade .

Olhares que olham para o vazio...A essência é enfraquecida . Fica a imagem